O anúncio da presidente Dilma Rousseff de que a Bahia será o terceiro Estado brasileiro a ter um terminal de regaseificação de gás natural liquefeito (TRBA) levou os catarinenses a pensarem que o projeto previsto para o Sul do Brasil, para o qual o município de São Francisco do Sul está cotado, estaria perdido.
Mas na segunda, a ministra da Pesca, Ideli Salvatti, que capitaneou toda a discussão quando era senadora no ano passado, garantiu que Santa Catarina continua na disputa por outro terminal. O empreendimento, que processará gás natural produzido na Noruega e em Angola, começou a ser estudado pela empresa petrolífera há três anos.
Ideli conversou há 15 dias com a diretora de Gás e Energia da Petrobras, Maria da Graça Foster, quando estava estudando medidas compensatórias para o impacto das plataformas de petróleo na pesca. Segundo ela, Maria da Graça é que puxou o assunto:
— Ela avisou para não nos preocuparmos com o anúncio de um terminal na Bahia porque o que vai sair lá é um extra. O terminal necessário no Sul do País continua em projeto e São Francisco do Sul está cotado para sediá-lo —, garantiu a ministra.
Conforme Ideli, os campos de gás da Bahia estão definhando e comprometem o abastecimento da região. Mas a Petrobras não descarta fazer um terminal no Sul, única região onde os três Estados são abastecidos exclusivamente pelo gás boliviano.
O anúncio decepcionou São Francisco do Sul.
— Assistimos atônitos esta brusca mudança sem qualquer consideração a São Francisco do Sul e ao Executivo municipal —, disse o prefeito Luiz Antônio Zera.
Para a presidente da Associação Empresarial do município, Inge Foerster, a força política do Nordeste pode ter feito a diferença na hora de conquistar o terminal de gás.
— Temos que lamentar toda vez que a cidade perde um investimento. Não sei o que motivou a escolha pela Bahia, mas sabemos que lá a classe política é mais unida, enquanto aqui não temos esta mesma realidade. São Francisco perdeu renda, geração de empregos e até em qualidade de vida, pois todo investimento incentiva melhorias na cidade em áreas como saúde, trânsito e educação —, disse segunda-feira a empresária.
Projeto faz parte de obra do PAC
O projeto na Bahia integra o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e deve gerar 850 empregos diretos e 2,4 mil indiretos. A previsão é que os trabalhos sejam iniciados em março do ano que vem e a conclusão, em setembro de 2013, com investimentos de R$ 1,3 bilhão.
— Em 2013 teremos esse terminal funcionando. Para que isso aconteça, é preciso começar já os trâmites de licenciamento —, afirmou o presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, lembrando a possibilidade de empresários baianos serem contemplados com a comercialização de produtos e equipamentos para montagem do terminal.
Fonte: AN
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