14 setembro 2010

Oposição quer convocação da ministra da Casa Civil para explicar denúncias

A oposição quer convocar a ministra Erenice Guerra (Casa Civil) para explicar, no Congresso, as denúncias feitas pela revista Veja. De acordo com a publicação, ela teria atuado para viabilizar negócios nos Correios intermediados por uma empresa de consultoria de propriedade de seu filho, Israel Guerra.

Apesar da polêmica, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu manter a ministra no cargo. Lula chamou Erenice domingo à noite no Palácio da Alvorada e recomendou que, se as denúncias são infundadas, ela deve apresentar respostas e provas "o mais rápido possível".

Mesmo com o Congresso em "recesso branco", funcionando apenas parcialmente, o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) iria protocolar nesta segunda-feira requerimento para que Erenice seja convocada a depor na Comissão de Constituição e Justiça do Senado. O pedido tem que ser aprovado pela comissão para que a ministra seja obrigada a se explicar no Congresso Nacional.

A ideia é que a ministra seja ouvida somente depois das eleições, já que, até outubro, os senadores estão fora do Congresso em campanhas eleitorais nos Estados.

— Nessa hora, está todo mundo desesperado atrás de votos. Mas a denúncia é tão grave que o Congresso não pode se omitir — afirmou Dias.

O PSDB e o DEM ingressarão nesta terça-feira com representações na Procuradoria Geral de República com pedidos de investigações. Dias afirmou que os tucanos querem que o Ministério Público responsabilize criminalmente a ministra se ficar comprovado que ela fez lobby para beneficiar seu filho.

O líder do DEM na Câmara, deputado Paulo Bornhausen (SC), disse que a investigação aberta pela Comissão de Ética da Presidência para apurar o caso não terá credibilidade, e por isso, o Ministério Público precisa atuar na apuração dos fatos.

— São fartos os indícios de que houve tráfico de influência e enriquecimento ilícito. É preciso uma apuração séria. Como uma investigação dessa (Comissão de Ética) vai ter credibilidade? Ela é a chefona do governo, enquanto estiver no cargo nada será feito — afirmou.

A ação do DEM vai pedir investigação também do ex-assessor da Secretaria-Executiva da Casa Civil, Vinícius de Oliveira Castro, acusado de participar do suposto esquema. Castrou pediu demissão nesta segunda-feira.

Depois de se reunir com advogados, na tarde desta segunda, a ministra anunciou que entrará com ação contra a revista Veja por calúnia. No sábado, ela havia divulgado uma nota afirmando que colocaria seus sigilos fiscal, bancário e telefônico e os de sua família à disposição.

Os Correios divulgaram nesta segunda-feira nota à imprensa na qual esclarece que os contratos firmados com a companhia aérea Master Top Airlines passaram pelas exigências legais e foram feitos por pregão eletrônico.

Matéria do DIÁRIO CATARINENSE

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